Todos aqueles termos técnicos esmiuçados de forma a matar de vez o bicho de sete cabeças do áudio.
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Para quem não compreende muito sobre o assunto, microfones podem se tornar um verdadeiro pesadelo. E pior, devido a vasta oferta de modelos e configurações, é facilmente possível que algum desavisado compre um microfone muito além do necessário e gaste uma fortuna à-toa. E isso é mais comum que se imagina, recentemente tenho visto muita gente investindo pesado em equipamento que além de ser mais caro que o necessário, pode ainda ser totalmente inadequado.
Além dos modelos, existe uma infinidade de características que fazem o microfone ser voltado para essa ou aquela atividade. Mas calma, com um pouquinho de atenção e leitura é possível entender cada uma delas e tornar essa escolha bastante simples. Para isso preparamos o infográfico abaixo:
Características de formato:
Existem vários modelos de microfone no mercado, e cada modelo tem um enfoque e uma utilidade. Vejamos abaixo os formatos mais utilizados atualmente:
Lapela: usado em gravações para a TV, garantindo que a voz da pessoa seja captada com mais constância que o de mão. O nome já diz tudo: ele costuma ser preso à roupa, no torso do entrevistado.
Microfone de cabeça (Headworn): Enquanto o Lapela é fixo em uma posição no corpo, um microfone Headworn é fixo em relação à boca, mantendo constante a distância entre a fonte sonora (a voz da pessoa) e o microfone. Como o microfone está mais próximo, há menos captação de ruídos de fundo em um ambiente barulhento.
Microfone de mão ou pedestal (Handhelds): é o mais usado por cantores, jornalistas e em eventos, como discursos e palestras. O ideal é que ele tenha um amortecedor interno para diminuir os ruídos com a manipulação e seja bem robusto. Para uma captação melhor, o microfone de mão deve ser posicionado a uma distância de 15 a 30 cm da boca do locutor e em um ângulo de 45 graus.
ShotGun: é especialmente feito para captar sons à distância. Muito usado em cinema, em situações onde o microfone não pode ficar à vista.
Contato: capta os sons diretamente da fonte sonora. Usado comumente em instrumentos musicais.
Principio Operacional
Além disso, existe outro fator importante na decisão: o principio operacional do microfone. Basicamente existem dois princípios bastante diferentes entre si. Os Dinâmicos e os Condensadores.
Microfone dinâmico: Os microfones dinâmicos usam um imã e uma bobina de fio fino. As ondas sonoras fazem vibrar o diafragma suportado pela bobina que se encontra em um campo magnético. Como resultado, uma pequena corrente elétrica é gerada e depois amplificada.
Os microfones dinâmicos são mais baratos e mais robustos, não necessitam de alimentação externa e são indicados onde as condições de captação forem mais severas, como palestras, apresentações, Shows e reportagens. Aceitam grandes pressões sonoras sem distorção. Têm menor sensibilidade a ruídos de manuseamento. Excelentes para gravação de vozes em exteriores, eliminando o ruído ambiente.
Microfone Condensador: O microfone capacitivo, também conhecido como microfone “condenser”, usa o princípio de um capacitor variável, consistindo de um diafragma montado bem próximo a uma placa fixa. Uma carga elétrica polarizada fixa é mantida entre a placa e o diafragma e, conforme este se move com a pressão sonora, a voltagem entre a placa e o diafragma varia analogamente. Atualmente, a carga polarizada usada na maioria dos microfones condensador é implementada com um “eletreto” pré-polarizado, uma camada carregada permanentemente na placa ou na parte posterior do próprio diafragma. A polarização por meios externos normalmente é usada somente nos microfones de estúdio de mais alta qualidade.
Os microfones capacitivos possuem alta sensibilidade e menor saturação do sinal. Sua utilização, entretanto, requer alimentação elétrica, através de bateria interna ou do mixer de áudio (phantom power).
Os microfones Condensadores são recomendados para a captação de som de alta qualidade, seja em estúdios, seja para captação de instrumentos musicais.
Direcionalidade:
Esse é um item crítico na decisão. Em geral tudo que as pessoas precisam é de um simples Direcional, no entanto, acabam investindo fortunas em um cardioide, que apesar de ter mais qualidade de som como um todo, foi criado para ser usado em estúdios e situações com baixo ruído externo. Por exemplo: Se você quer entrevistar pessoas na rua, um cardioide ou uma omnidirecional captaria muito os ruídos dos transeuntes, carros, e demais barulhos, enquanto um direcional captaria apenas o que é dito próximo e na posição correta.
Omnidirecionais: captam com facilidade os sons provenientes de todas as direções.
Direcionais: captam o som vindo de uma única direção.
Bidirecionais: captam sons de duas direções; nas direções opostas.
Cardióides: captam os sons frontais deixando passar um pouco do som "ambiente".
Hipercardióides: Captam com mais detalhes os sons que vêm da frente, destacando-os mais que os que vem de trás.
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Lembre-se: se ficar com alguma dúvida, não hesite em perguntar abaixo, a sua questão pode ser a de muitos, e na medida do possível tentarei responder a todos ou senão criar matérias mais esclarecedoras acerca do tema.
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