Descomplicando - Que câmera comprar?

Sem muitas firulas e sem enganação, vamos ao que interessa saber ao comprar uma filmadora.

Reprodução: Sony.com.br
Hoje em dia existe um verdadeiro arsenal de câmeras disponíveis no mercado, sendo a grande maioria detentora da resolução HD (720p) se não full HD (1080p). Mas só de olhar os preços, que começam na casa dos 100 reais e vão praticamente ao infinito, já causa uma confusão na cabeça de muita gente: mas não é tudo HD? Sim, é tudo HD, mas isso pouco tem a ver com a qualidade total da imagem em questão. É como os megapixels das point and shoot: uma câmera com 20 megapixels, pode produzir uma fotografia bastante aquém de uma com a metade (10 megapixels). E  diferença é ainda mais gritante se compararmos as câmeras compactas com as DSLRs por exemplo. Com apenas 5 megapixels, uma DSLR pode produzir uma fotografia até 100 vezes melhor que uma câmera comum de 20 mp.

Então, o que considerar?

Primeiramente, o mais importante: evite cair na lábia da publicidade. Sem essa de “a câmera mais vendida do Brasil” ou “maior resolução do mercado”. É importante considerar alguns fatores técnicos que são fundamentais para se obter uma imagem de qualidade. 
Ser de alta definição é item básico para se comprar quaisquer câmeras hoje em dia. Então partindo daí, vamos aos seguintes tópicos:

720p, 1080p e 4k



720p é a menor resolução High Definition. Com ela conseguimos 720 linhas de vídeo, o que já é por si só um salto se comparado o velho padrão SD que chega no máximo de 480 linhas.
1080p evidentemente produz 1080 linhas ou 2.1 MP, e é considerado o formato atualmente “padrão” para a maior parte das mídias HD. Vale ressaltar que o HD 1080 é o formato brasileiro de tv digital, sendo o 720P utilizado em alguns países da Europa
4k é um formato que chega na resolução de 4096 × 2160. É todavia um formado ainda experimental e raramente usado, embora o Youtube já tenha suporte. Além disso, já foi criado um formado superior, o 8k, mas ainda não há previsão para o seu lançamento.

Sensores das câmeras full HD

Reprodução: fotografemelhor.com.br
Existem basicamente dois tipos de sensores no mercado: CCD (Charged Coupled Device) e CMOS (Complementary Metal Oxide Semicondutor). Ambos sensores de imagem dividem o mesmo princípio: precisam converter luz em elétrons.
O CCD usa um processo especial de manufatura a fim de criar uma capacidade de transportar a carga ao longo do chip sem nenhuma distorção. Processo este que o torna um sensor de fidelidade e sensibilidade bastante elevada. 
Os CMOS, entretanto, usam processos de manufatura mais tradicionais para criar o chip em série. Desta forma, os sensores CMOS são tradicionalmente mais suscetíveis ao ruído.
Mas recentemente os sensores CMOS vêm recebendo cada vez mais incentivos das empresas, com intuito de melhorá-los, pois custam menos e são utilizados em outros equipamentos o que faz baratear ainda mais seu custo. Hoje é possível ver câmeras com sensor CMOS produzindo uma imagem impecável e livre dos indesejáveis ruídos.  Mas ainda não é unanimidade.

Distância focal (Zoom)

Fotografia: André Karwath Aka
Zoom é a capacidade da câmera de aproximar o objeto filmado. Existem dois tipos de zoom: digital e ótico.
O Zoom digital é um zoom produzido por software, ou seja, o programa da câmera estica a imagem para dar a aproximação, o que causa evidentemente, perda na qualidade da imagem, à medida que o zoom aumenta.
Já o zoom ótico, é totalmente produzido através da lente da filmadora, o que deixa a  aproximação com a mesma qualidade da imagem sem zoom.
Em geral as câmeras possuem os dois tipos de zoom. É importante verificar o valor do zoom ótico, que é o real e mais importante.

Quantos X de zoom é o ideal?

A confusão é que fabricantes popularizaram o zoom em “X” como se fosse um parâmetro real, quando a distância focal ideal é expressada em “mm“. Na verdade o zoom em “X” (vezes) é um parâmetro que informa a variação relativa e não o poder real de aproximação de uma objetiva ou câmera.

Velocidade do obturador

A  velocidade  do  obturador  controla o  tempo  que  a  luz  incide  sobre  o sensor  de  imagem.  Junto com  o diafragma  o  obturador  controla  a exposição  para  que  penetre  na  câmera a  quantidade  de  luz ideal.



Exposição e Abertura


Reprodução: wikipedia
Exposição é quantidade de  luz  que  entra  na  câmera. A  possibilidade  de  regulagem de exposição (ou abertura do diafragma) é um  recurso bastante importante de se considerar. Assim como as fotográficas e até o funcionamento dos nossos olhos, aberturas  pequenas  (quando  com  muita  iluminação) produzem imagens com maior  profundidade  de  campo.  Ao  contrário, nas  grandes  aberturas,  em lugares  escuro, a  profundidade  de  campo  é  bem menor.

Estabilizador de imagem

Com  as  câmeras  estão  cada  vez menores  e  mais  leves,  o  estabilizador de  imagem  é  outro  recurso  muitas vezes indispensável. Pois ele reduz os  balanços  quando a  câmera  é  segurada  na  mão, ou em local instável.  Existem dois  tipos  de  estabilizadores digital e óptico.
O estabilizador digital que funciona devido ao software no sensor que “interpreta” a imagem em  movimento e faz as devidas correções. Costuma funcionar muito bem em externas e em situações bem iluminadas,  mas perde um pouco  de qualidade com situações de iluminação problemática, como em shows e filmagens com pouca luz.
Já o  estabilizador  de  imagem  ótico  funciona  com  lentes  que corrigem  a  imagem  e  não  ocasiona nenhuma  perda  de  luz,  mesmo  em situações adversas.  Este  tipo  de  estabilizador é  mais  eficaz,  mas bem menos  utilizado devido  ao  seu  preço.

Bateria


Além da autonomia que deve obrigatoriamente vir especificada pelo fabricante, existe outro fator ainda mais importante na escolha da câmera ou da bateria avulsa: O tipo de bateria.
Existem muitos tipos no mercado, no entanto apenas dois deles são populares e largamente utilizados em câmeras e filmadoras: as NiCd e as Li-ion.
As  NiCd (níquel  –  cádmio) costumam apresentar uma vida útil bastante maior, desde que  não expostas a uma temperatura superior a 40 graus Celsius.  Além disso, elas podem “viciar” se com frequência não forem carregadas por completo ou carregadas sem ter sido  completamente descarregadas,  é o chamado “efeito memória”. 
Atualmente,  quase  todos  os  modelos usam  baterias  de  Li-ion (lítio)  que  oferecem alta  capacidade,  pouco  peso,  maior durabilidade  e principalmente  não  apresentam o efeito memória,  podendo  ser  recarregadas  a qualquer  momento  sem  necessidade  de descarregá-las  previamente.

Cartão de memória

Imagem: pixabay.com

Eis a parte onde grande percentual das pessoas erram. O cartão de memória, em geral, não vem junto ao equipamento, o que gera enorme confusão quanto a compatibilidade. Na verdade não basta ser compatível, é preciso verificar se possui o armazenamento adequado e principalmente a classe que comporta a resolução da filmagem de sua filmadora.
O tópico é tão extenso que faremos adiante uma postagem somente a respeito de cartões de memória.

Visor

Imagem: Charles Lanteigne
Um item não menos importante, é o visor ou viewfinder. É imprescindível que este possua tamanho adequado ao que o usuário se propõe e possua uma boa fidelidade de cores e imagem como um todo a fim de que se façam os ajustes de balanço de branco, cores e outros com precisão. 
algumas câmeras oferecem o “padrão zebra” que faz com que áreas da imagem com superexposição  sejam apresentadas com listras  paralelas no visor ou na tela LCD.

***

Lembrando que explanei de modo bem am-passam acerca das mais importantes características da filmadora / câmera. Ao longo das postagens procurarei aprofundar mais sobre os tópicos acima citados. Deixe abaixo suas dúvidas e opiniões que provavelmente usaremos nas demais postagens, a fim de esclarecer à todos.
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Sobre Thiago Freitas

Ator, Produtor Musical, Diretor de Arte, Técnico em Informática e Programador Visual. O autor uniu todos seus conhecimentos profissionais para facilitar e democratizar o acesso ao conhecimento das mídias digitais.
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